O secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal, José Wilson Porto, pediu exoneração do cargo nesta quinta-feira (25). O servidor era membro do gabinete da Mesa Diretora e assessorava deputados suspeitos de receber propina em contratos com empresas prestadoras de serviços de UTIs.
Porto deve voltar a atuar na Defensoria Pública do DF, órgão de origem dele. A escolha do substituto deve ocorrer nesta sexta-feira (26).
O documento com a saída de Porto da função foi assinado pelo presidente em exercício da Casa, o deputado Juarezão (PSB), que assumiu o comando da Câmara depois que a Justiça decidiu pelo afastamento da presidente Celina Leão (PPS) na última terça-feira (23).
Também foram afastados os secretários Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR). A vice-presidente, Liliane Roriz (PTB), havia renunciado ao cargo.
O pedido de exoneração aconteceu no mesmo dia em que o servidor comissionado Alexandre Braga Cerqueira foi afastado da terceira-secretaria da Câmara após decisão do deputado Rodrigo Delmasso (PTN). O distrital assumiu o cargo de terceiro-secretário após a Justiça afastar o então responsável pela função, Bispo Renato Andrade (PR). O G1 não conseguiu contato com Cerqueira. Servidores do gabinete onde trabalha dizem que faz dois dias que ele está incomunicável.
O afastamento de Cerqueira ocorre após a divulgação de áudios gravados por Liliane Roriz. Em uma das gravações feitas pela deputada, Celina Leão, fala sobre a mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, o repasse acabou beneficiando pelo menos seis deputados.
O Sindicato dos Servidores da Câmara Legislativa e do Tribunal de Contas (Sindical) pediu ao Ministério Público do Distrito Federal nesta quinta-feira (25) que solicite à Justiça o afastamento cautelar dos servidores membros da Mesa Diretora que assessoram os deputados suspeitos de receber propina em contratos com prestadoras de serviço de UTIs. Entre os alvos dos pedidos de afastamento do Sindical, estavam Alexandre Braga Cerqueira e José Wilson Porto.
A lista é completa pelos secretários-executivos da primeira e segunda secretarias da Casa, Leila Barreto Ornelas e Rusembergue Barbosa de Almeida, respectivamente. “Para o Sindical, a decisão judicial que afastou os parlamentares da Mesa Diretora foi inócua e sem efeito prático, uma vez que os assessores diretos dos parlamentares, que compõem a Mesa, continuam agindo livremente”, afirmou a entidade.
O G1 não conseguiu contato com Porto, Leila e Cerqueira. Servidores do gabinete de Cerqueira dizem que faz dois dias que ele está incomunicável. Por telefone, Almeida afirmou que não iria comentar o assunto.