Metrópoles – Empresas e entidades ligadas direta ou indiretamente a cinco deputados distritais da atual Legislatura, que começa os trabalhos na prática nesta segunda-feira (4/2), receberam valores bilionários dos cofres do GDF ao longo dos últimos 15 anos. De acordo com o Sistema Integral de Gestão Governamental (Siggo), que reúne os gastos do governo, de 2003 a 2019 o Distrito Federal pagou R$ 2.709.409.126,34 às companhias. O montante é referente à prestação de serviços gerais, de segurança e transporte.
Os grupos empresariais que mais receberam recursos públicos no período analisado são os ligados, na seguinte ordem, aos distritais Robério Negreiros (PSD), Eduardo Pedrosa (PTC), Valdelino Barcelos (PP), José Gomes (PSB) e Rafael Prudente (MDB), recém-eleito presidente da Câmara Legislativa. Esses parlamentares ou vieram da área empresarial ou são familiares de donos de grandes empreendimentos.
A família campeã no ranking é a de Robério, deputado que este ano inicia seu terceiro mandado na CLDF. A Brasfort, comandada pelo pai do distrital – que tem o mesmo nome do filho –, possui contratos em diversas áreas de segurança armada e desarmada, serviços gerais e de atendimento ao público. Desde 2007, primeiro registro de suas atividades no Siggo, até os primeiros dias de 2019, recebeu R$ 1.133.510.404,13. O ano mais lucrativo foi 2015, quando o GDF pagou à companhia R$ 213 milhões pelos serviços prestados.
Em segundo lugar está a Dinâmica, da família Pedrosa, que atualmente tem como representante no parlamento candango o distrital Eduardo Pedrosa. A empresa atua nas áreas de serviços gerais, brigadas de incêndio, jardinagem, manutenção de segurança predial, administração e logística. Em mais de 15 anos de serviços prestados ao GDF, captou R$ 795.407.928,44 do erário.
Embora este seja o primeiro mandato de Eduardo na Câmara Legislativa, o sobrenome já teve representação no plenário. Tia do novato, Eliana Pedrosa (Pros) ocupou cadeira na Casa por três mandatos – 2002, 2006 e 2010. Em 2014, disputou vaga de deputada federal e, no ano passado, tentou o Palácio do Buriti, mas fracassou nas duas empreitadas.